A Prefeitura Municipal de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, continua desenvolvendo um trabalho intenso de enfrentamento à violência contra o idoso. Nesta terça-feira, 23, cerca de 70 pessoas da melhor idade participaram da ação ‘Violência Contra a Pessoa Idosa: Um Mal Silencioso’, realizada pelo Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Jardim Esperança, unidade da Assistência Social, no bairro Orlando Dantas, que teve como objetivo conscientizar e prevenir possíveis situações de agressão e violação de direitos.
Devido ao aumento da expectativa de vida da população brasileira, o número de idosos cresce a cada ano. Consequentemente, os casos de violência contra a pessoa da melhor idade também. Em 2017, o Ministério dos Direitos Humanos contabilizou mais de 30 mil de abusos e agressões contra as pessoas da terceira idade. A ação, que reuniu o grupo de idosos da Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, foi realizada com a perspectiva de mostrar os tipos de crimes que são cometidos em pessoas com essa faixa etária, os seus direitos, formas de prevenção e os canais de denúncia.
De acordo com a técnica do Núcleo de Prevenção de Violência e Acidentes (Nupeva) da Secretaria Municipal da Saúde, Lidiane Gonçalves Ferreira, o diálogo é uma das formas que existem para quebrar o silêncio que se esconde por trás das agressões. “Esse mal muitas vezes acaba sendo naturalizado ou não identificado por falta de informação. Esse bate-papo faz com os participantes abram os seus olhos para os diversos tipos de violência que existem. Na maioria dos casos, aquela pessoa que deveria estar protegendo, é quem agride ou viola os direitos de senhores e senhoras. Estamos aqui para mostrar isso. O encontro faz com que os nossos idosos se tornem cada vez mais protagonistas ao longo desse processo de combate”, explica.
Segundo a assistente social e técnica de referência do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do Cras Jardim Esperança, Evânia Oliveira, o bairro onde foi desenvolvida a atividade apresenta altos índices de violência contra a pessoa idosa. “Percebemos a necessidade de aplicar essa ação aqui justamente porque há muitos relatos. Então, viemos para esclarecer e mostrar que a violação de direitos e a agressão seja ela física ou psicológica existem e podem estar mais perto do que muitos imaginam”, pondera.
A fundadora e coordenadora do grupo de idosos Maria Amélia Vargas Façanha conta que a atividade empodera os participantes, tornando-os cada vez mais ativos e aptos para enfrentar esse mal. “Este é um assunto bastante importante para se tratar com frequência. A Prefeitura tem sido muito parceira em relação a isso. Estamos passando conhecimento para os nossos idosos e prevenindo situações que podem acontecer”, observa.
“Os tipos de violência são vários, mas muitos não têm consciência disso. Estamos acostumados em a ver pessoas mais velhas sendo violentados, principalmente por questões financeiras. Quando a Assistência traz essas ações, fico muito feliz e sinto que eles estão se preocupando com a gente. Por isso, faço questão de comparecer e passar a diante tudo que aprendo”, conta a aposentada Rute Barbosa.
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